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    Arraiá entre Tribunais e Advogados

    Em meio à campanha contra a Lava Jato deflagrada a partir do vazamento de mensagens trocadas por autoridades da operação, ilustres representantes da advocacia se confraternizam com ministros de tribunais em animadas festas juninas em Brasília.

    Só nesta semana, foram pelo menos duas.

    A propósito do rumor em torno das mensagens trocadas por Sergio Moro com procuradores da Lava Jato em Curitiba, um ministro de tribunal superior acostumado a lidar com investigações contra políticos lembrou dos casos nunca julgados em que se questiona a suspeição de Gilmar Mendes por manter relação com partes de processos.

    “Não seria o caso de o STF julgar o episódio do Moro junto com os dois ou três do Gilmar?”, perguntou o ministro, com alguma dose de ironia.

    O advogado Kakay, disse que, embora seja amigos de ministros do STF e os receba em casa, nunca tratou de processos fora da corte. (como todo bom petista)

    O garantista Celso de Mello

    “Celso de Mello. O destino da Lava Jato depende dele. Se ele anular o processo de Lula, associando-se a Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, a Lava Jato acaba. Se ele não anular, unindo-se a Cármen Lúcia e Edson Fachin, a Lava Jato continua.”

    “Lula perguntou a quem o visitou na tarde de quarta-feira sobre o desempenho de Sergio Moro no Senado”.

    Ele não deve ter gostado da resposta:

    “Recebeu o relato de que o ex-juiz estava se saindo bem e que, até aquele momento, nenhum senador havia conseguido encurralá-lo.”

    Ao falar ao Senado, Sergio Moro citou pelo menos três vezes o post “O incrível escândalo que encolheu? Novas reflexões sobre o vazamento da Lava Jato”, publicado dois dias antes pelo americano Matthew Stephenson, professor de direito de Harvard e referência em estudos de corrupção no mundo.

    Leia um trechinho:

    O que aconteceu no Brasil foi que um ator externo se envolveu em uma operação de hacker para obter informações privadas a serem divulgadas de maneira seletiva, com o objetivo de favorecer uma agenda. O fim último era desacreditar os procuradores, o ministro e a Operação Lava Jato. Esse agente externo pode ter feito isso por uma razão ideológica, para desestabilizar a política brasileira ou proteger corruptos. Os brasileiros e cidadãos do todo o mundo devem prestar atenção nisso. Se existe um grupo, patrocinado ou não por outro governo, envolvido nesse tipo de operação, com esses objetivos, isso deveria ser extremamente preocupante para qualquer um, não importando o que se pensa de Lula ou da Lava Jato.

    A maior operação anticorrupção da história mudou a maneira de o Brasil lidar com criminosos do colarinho branco.

    Tentar enterrá-la, como muitos poderosos tentam fazer, é jogar contra o futuro do país.

    Takamoto
    Takamoto
    Fotojornalista, artista marcial, ex-militar, perito criminal.

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