Próxima cadeira deve ser aberta em novembro de 2020, com aposentadoria de Celso de Mello. Presidente disse ter feito compromisso com ministro
O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), afirmou neste domingo (12) que Sérgio Moro, ministro da Justiça e da Segurança Pública, será indicado para a próxima vaga no STF (Supremo Tribunal Federal).
Em entrevista à Rádio Bandeirantes, Bolsonaro foi questionado sobre uma fala do ministro a um jornal português que ir para o STF seria
O presidente, então, respondeu que Moro é uma pessoa com qualificação e que tem um acordo com ele. “Eu fiz um compromisso com ele. A primeira vaga que tiver lá, estará à disposição (dele)”, disse.
“Ele abriu mão de 22 anos de magistratura. Obviamente, terá que passar por uma sabatina no Senado”, continuou. De acordo com o presidente, Moro como ministro do STF será um “grande aliado do governo”.
A próxima cadeira no STF deve ser aberta em novembro de 2020, com a aposentadoria do ministro Celso de Mello.
Coaf x Sérgio Moro
Durante a entrevista, Bolsonaro foi questionado sobre a aprovação da Comissão Mista da retirada do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) do Ministério da Justiça.
“Quando nós sugerimos o Coaf para o Moro é justamente para facilitar o trabalho dele, no sentido de combater corrupção e lavagem de dinheiro. Agora, vai para o plenário. Mas acho que tem tudo para ser mantido com o Moro”, disse o presidente.
Na sexta-feira (9), a Comissão Mista de parlamentares analisou a medida provisória 870/2019, que reorganiza cargos e a estrutura da Presidência da República e dos ministérios, e aprovou, por 14 votos a 11, o retorno do Coaf ao Ministério da Economia.
O texto, agora, será submetido à votação no plenário do Senado e da Câmara. Se levada adiante, a alteração significará uma derrota política para o ministro, que levou o órgão para o seu comando, quando assumiu a pasta em janeiro deste ano.
“Na verdade, o Congresso tem a palavra sobre isso. Nós conversamos, dialogamos, tentamos explicar. Aparentemente, não fomos bem-sucedidos, pelo menos em relação à decisão da comissão”, disse Moro.
Para o super ministro de Bolsonaro, “qualquer decisão que o Congresso tomar, evidentemente, vai ser respeitada”. Moro já havia dito que a decisão “não é favorável” ao fortalecimento do órgão. “Independemente do que aconteça, podem ter certeza que a política do governo vai ser sempre de fortalecimento do Coaf. É política de Estado”, comentou.
Bolsonaro utilizou a tranmissão ao vivo que realiza semanalmente no Facebook, no dia da votação da comissão, para fazer um apelo a deputados e senadores para que mantenham o Coaf sob a guarda de Moro. “A gente espera que o plenário da Câmara e do Senado mantenham o Coaf no Ministério da Justiça, porque é uma ferramenta muito forte para ajudar o ministro Moro a combater a lavagem de dinheiro”, disse.