More

    Descoberta pode reescrever a história de civilizações da Idade do Bronze

    Um novo estudo liderado por cientistas da Universidade College de Dublin, na Irlanda, desafia as teorias sobre o colapso das sociedades no fim da Idade do Bronze na Europa Central e Oriental. 

    Enquanto muitas civilizações ao redor do Mediterrâneo enfrentavam crises devastadoras, a equipe encontrou indícios de prosperidade em comunidades pré-históricas na Bacia dos Cárpatos. Atualmente, esta região é uma cadeia montanhosa da Europa Oriental disposta em arco, que atravessa a República Checa, a Eslováquia, a Polônia e a Romênia. 

    A investigação, iniciada com levantamentos, escavações e prospecção geofísica 3D, teve um ponto crucial quando a equipe uniu fotografias aéreas e imagens de satélite da região sul da Europa Central, onde se encontram os esconderijos de fortes pré-históricos. Essa abordagem permitiu revelar uma rede densa de comunidades interligadas.

    The Mediterranean was an incredible hub of global commerce. ERC-funded Philipp Stockhammer @LMU_Muenchen is exploring the fascinating culinary and social customs of the Bronze Age, providing a powerful reminder of the interconnectedness of our world https://t.co/G4zV6apEPB pic.twitter.com/RKcKHPTUCO

    — European Research Council (ERC) (@ERC_Research) November 27, 2023

    Destacam-se megafortalezas como Corneşti Iarcuri, cujas imponentes muralhas e valas se estendem por 33 km, indicando a presença de uma sociedade de dezenas de milhares de pessoas, todas intimamente conectadas. 

    Leia mais:

    Flecha da Idade do Bronze é descoberta após degelo na NoruegaIrmãos mais velhos podiam ter mais de uma esposa na Idade do BronzeTesouro da Idade do Bronze encontrado antes de lançamento de foguetes

    Visão sem precedentes da vida cotidiana das comunidades da Idade do Bronze

    Contrariando a ideia de colapso absoluto, o estudo descobriu que, por volta de 3,6 mil anos atrás, surgiram pequenos estados políticos na região sul da Panônia, com mais de 100 assentamentos próximos, ligados por cursos d’água e áreas úmidas.

    A dependência desses recursos naturais pode ter atenuado os impactos climáticos que arruinaram outras comunidades no fim da Idade do Bronze. No entanto, por volta de 1250 a.C., a escassez de chuvas começou a afetar essas sociedades, sinalizando um período de dificuldades. Evidências arqueológicas apontam que, até 50 anos mais tarde, a maioria desses locais foi abandonada em massa, indicando um desfecho significativo.

    Essas descobertas desafiam a visão convencional da pré-história europeia, revelando uma rede intrincada de comunidades inovadoras e politicamente estruturadas entre 1500-1200 a.C. Dotadas de instituições sociais complexas, essas sociedades gerenciavam interações, cooperação e até competição de maneira organizada.

    Publicado este mês na revista PLOS ONE, o estudo detalhado, que mapeia a disposição e o tamanho dos assentamentos, oferece uma visão sem precedentes da vida cotidiana dessas comunidades durante a Idade do Bronze, ao revelar suas interações, as estruturas sociais complexas e dinâmicas, fornecendo um entendimento mais amplo dessas sociedades do passado.

    Os autores acreditam que sua pesquisa representa um marco na compreensão dessas sociedades mutuamente dependentes e entrelaçadas, destacando-as como centros de inovação, política e comércio em um período crucial da história antiga.

    O post Descoberta pode reescrever a história de civilizações da Idade do Bronze apareceu primeiro em Olhar Digital.

    Últimas Notícias

    Notícias Relacionadas