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    Dono de Site Esquerdista, que criou intriga entre Heleno e Olavo é senador cassado

    O dono do Site Esquerdista Metrópoles, que criou intriga entre o ministro-chefe de Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, e o professor Olavo de Carvalho é o ex-senador do Distrito Federal, Luiz Estevão.

    Luiz Estevão foi o primeiro senador cassado da história da República, perdeu o mandato em 2000 e é acusado de ter mentido no Senado ao negar envolvimento no desvio de dinheiro nas obras do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo. Na época, seu partido era o PMDB-DF.

    Em matéria divulgada no último dia 10 de julho deste ano, o Site Esquerdista disse que Heleno rebateu críticas do professor “online de filosofia e influenciador do presidente Jair Bolsonaro (PSL)” [sic], Olavo de Carvalho.

    Segundo o Metrópoles: “visivelmente irritado, Heleno minimizou a influência e as falas de Carvalho sobre o GSI e sobre ele. Após a prisão de um sargento com cocaína na Espanha, o ideólogo atacou a atuação do ministro”, embora Olavo de Carvalho não tenha criticado o ministro.

    Heleno estava na Câmara dos Deputados para falar sobre a prisão do sargento da Força Aérea Brasileira (FAB) Manoel Silva Rodrigues, pego com 39 de quilos de cocaína na Espanha, e rebateu dizendo que não dedicaria seu tempo a Olavo de Carvalho: “Ele não me atinge em nada. Não vou gastar tempo com ele, meu tempo vale ouro”, salientou.

    O professor Olavo rebateu a informação do Site Esquerdista, dizendo que não disse qualquer coisa a respeito do trabalho do general.

    “Eu não disse nem escrevi ABSOLUTAMENTE NADA CONTRA O GENERAL HELENO, MUITO MENOS A PROPÓSITO DOS 39 QUILOS DE COCAÍNA. É tudo invencionice (…) Em vez de ‘rebater’ acusações que ninguém lhe fez, o general deveria mandar investigar a atividade golpista desenvolvida por tantas organizações de mídia serviçais do Foro de São Paulo”.

    A respeito do site Metrópoles, do Grupo OK de Estevão, cujo capital social é de R$ 50.000,00 e que recebeu do governo, apenas em 2017, o valor de R$ 92.587,35. Olavo disse que a empresa é uma organização “empenhada em criar intriga entre os amigos do presidente Bolsonaro”.

    Vale recordar que em 2017, o site de Estevão foi acusado de armação por Wilmar Lacerda (PT), que assumiria uma cadeira no senado no lugar do então senador Cristovam Buarque (PPS).

    Segundo site Revista Fórum, o Metrópoles publicou que Lacerda teria pago para manter relações sexuais com uma adolescente e que teve acesso à ocorrência, com o relato de uma jovem de 17 anos, que garantia ter transado com o petista em troca de lanches.

    Lacerda desmentiu a publicação, afirmando que o relacionamento era consentido entre os dois, e que, inclusive, a mãe da garota tinha conhecimento. “Nunca paguei por nada. Isso é reconhecido na própria reportagem pela jovem, e consta dos autos do inquérito. Os chamados ‘lanches’ eram, nada mais, que refeições que fazíamos em locais públicos, como restaurantes e shoppings. Chega a ser ridícula a tentativa de interpretar esses fatos como prostituição. Esta relação, inclusive, era de conhecimento da mãe da jovem”, disse o petista segundo a Revista Fórum.

    Quem é Luiz Eduardo Estevão de Oliveira

    Crédito: Reprodução/TV Globo
    O ex-senador Luiz Estevão.

    Luiz Eduardo Estevão sempre protagonizou muitas histórias polêmicas. Foi condenado pelo Tribunal Regional Federal em 2006, a 31 anos de prisão pelos crimes de peculato, corrupção ativa, estelionato, formação de quadrilha e uso de documento falso.

    A pena foi imposta pelo TRF da 3ª Região e junto ao ex-senador, foi preso o empresário Fábio Monteiro de Barros Filho. Barros, acusado dos mesmos crimes, também teve a mesma pena fixada pelo Tribunal.

    A ação criminal do MPF, em primeira instância, havia sido proposta em 2000, dezesseis anos antes do trânsito em julgado. Luiz Estêvão e Fábio Monteiro de Barros foram presos no dia 8 de março de 2016. A prisão só foi possível após o entendimento do STF de que era possível a execução provisória da pena (prisão) após condenação em segunda instância.

    Com o trânsito em julgado na esfera penal, seria possível proceder à imediata cobrança de reparação dos danos causados pelos réus. Os valores, atualizados até setembro de 2015, chegavam a R$ 1.130.769.524,55 para Luiz Estevão, correspondentes aos danos materiais e morais decorrentes dos crimes.

    Abuso do direito de recorrer

    O MPF também citou abuso do direito de recorrer por parte dos dois réus citados acima. “O longo trâmite do processo penal, que levou dezesseis anos até o trânsito em julgado, após terem sido apresentados 30 recursos por Fábio Monteiro e 36 por Luis Estevão, é exemplo emblemático do abuso do direito de recorrer por parte de réus de elevada capacidade financeira, que leva à prescrição de crimes e à impunidade”, disse o Ministério.

    Além disso:

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    Promotores comparam ala reformada onde Luiz Estevão cumpre pena (esquerda) e outro ambiente da mesma unidade — Foto: Ministério Público do DF/Divulgação

    – Estevão foi acusado pelo MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) de pagar a reforma de sua própria cela antes mesmo de ingressar no sistema prisional em uma ala da Penitenciária da Papuda. Sua cela era considerada ‘VIP’ quando comparada com as de outros presos. Além disso, a polícia recebeu denúncia de outros detentos de que na cela VIP, haveria pen drives e chocolate. Os itens foram encontrados e apreendidos.

    Vinícius Santa Rosa/ Metrópoles
    Festa de Cleucy/Foto: Metrópoles

    – Com plantas colhidas por ela mesma em seu próprio jardim para a decoração, a esposa de Estevão, Cleucy Oliveira, deu uma grande festa de aniversário em 2018, que foi estampada no site Metrópoles. Além disso, segundo Glamurama, em 2015, com o marido prestes a ser condenado, ela ofereceu uma recepção à amiga Cláudia Salomão em sua mansão no Lago Sul em Brasília. Segundo o site, Cleucy exibia três Rivieras de brilhantes na ocasião.

    – Enquanto estava preso na Papuda, ainda mantinha um avião em seu quintal. O juiz Pedro Paulo Lazarano, da 12ª Vara da Justiça Federal, decretou em 2000 a indisponibilidade do avião. No pedido ao juiz, as procuradoras da República Isabel Groba e Maria Luísa Duarte argumentaram que o ex-senador realizou uma operação fraudulenta para impedir a inclusão do avião entre os bens indisponíveis.

    – O avião modelo Learjet PT-POK foi comprado em 1994 por R$ 903 mil pela OK Benfica Companhia Nacional de Pneus, empresa do grupo do ex-senador, foi alienado em 14 de dezembro passado para uma outra empresa de Luiz Estevão, a Partpar-Administração e Participações, por R$ 3.000. A Partpar tinha como principal acionista a mulher do ex-senador Luiz Estevão, Cleucy Meireles de Oliveira, que também está com os bens indisponíveis.

    – Em 1º de março deste ano, conseguiu da Juíza Leila Cury, progressão ao regime semiaberto porque cumpriu um sexto da pena – aproximadamente três anos em regime fechado. O Ministério Público do Distrito Federal recorreu, sob argumento de que o empresário não poderia ter direito ao benefício sem antes pagar a multa de R$ 8 milhões à qual foi condenado.

    – Para conseguir a progressão de pena, o ex-senador disse à Juíza Leila que iria trabalhar em uma empresa. Segundo o MPF, no documento constou que ele ocuparia o cargo de assistente administrativo, com horário de trabalho de 9h30 às 18h30. Entretanto, descobriu-se que a empresa referida não tinha funcionários cadastrados nem movimentação financeira desde seu registro na Junta Comercial.

    – Em março deste ano, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT) recorreu contra a decisão que concedeu progressão de regime. No recurso, o MPDFT requeria que o ex-senador não obtivesse o benefício sem antes ter saldado o dano causado aos cofres públicos. Estevão foi condenado, além da prisão, a quatro penas de multas, um total de R$ 8.039.779,17. A multa não havia sido paga pelo ex-senador, o que, segundo o Ministério, por si só, já bastaria para impedir a progressão de regime.

    autor: Bruna de Pieri

    Takamoto
    Takamoto
    Fotojornalista, artista marcial, ex-militar, perito criminal.

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