A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada Gleisi Hoffmann (PR), criticou o boletim “Focus” divulgado nesta segunda-feira (30/9) pelo Banco Central (BC). O levantamento da instituição financeira com economistas do mercado prevê aumento maior na taxa básica de juros em 2024.
“A inflação terminou dentro da meta em dezembro de 2023, c/ a taxa de juros ainda estratosférica, mas caindo 2 pros. Agora a inflação continua na meta, mas ainda menor, e a Faria Lima quer subir mais 1 ponto nos juros até o fim do ano. Cadê a “autonomia” do BC p/ enfrentar mais essa pressão indevida?”, indagou Gleisi na rede social Blue Sky.
A projeção do mercado financeiro subiu a projeção da Selic de 11,50% ao ano (na semana passada) para 11,75% ao ano. Dessa forma, a expectativa dos analistas é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC aumente a taxa básica de juros nas próximas reuniões, marcadas para novembro e dezembro.
Faria Lima, citada por Gleisi Hoffmann, é um importante reduto do mercado financeiro do país. Tradicionalmente, os membros do centro são resistentes às políticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Durante viagem a Nova York, para participar da cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU), Lula também criticou a Faria Lima. O petista declarou que representantes de agências de risco norte-americanos não devem ouvir apenas representantes do mercado financeiro brasileiro.
“Chamei as agências pelo seguinte, que é importante que vocês saibam da boca do presidente da República o que está acontecendo naquele país, não precisa ouvir só a Faria Lima, não precisa ouvir só os empresários, ouça os trabalhadores e o presidente da República. E eles tem sido decentes, tem conversa com ministro da Fazenda, o Haddad, conversado com as pessoas do Tesouro. Mas eu quis mostrar um pouco para eles o que está acontecendo no Brasil”, pontuou Lula.
Outro previsão do mercado financeiro divulgado no boletim Focus é de expectativa de crescimento da economia em 3%. No segundo trimestre de 2024, o Produto Interno Bruto (PIB), subiu 1,4%, em comparação ao primeiro trimestre, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).